UM ACERTO DE CONTAS COM 2016

Por tudo que aconteceu na política, 2016 bem que merece um impeachment. Pode ceder seu lugar para que 2017 entre trazendo, se Deus quiser, dias mais democráticos. O pobre Brasil sofreu como nunca com a corrupção deslavada: dia após dia, denúncias e escândalos seguidos, envolvendo políticos conhecidos e grandes empresas. O esquema é tão bem montado que deputados e senadores corruptos sempre encontram uma brecha na lei para se protegerem. Votam medidas em favor de si mesmos, esquecendo da população que, ingenuamente, os colocou no Congresso, acreditando que seriam bons representantes do povo brasileiro. Na contramão de tanta roubalheira, há o movimento da Lava-Jato, onde o juiz Sérgio Moro tem se destacado no combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao enriquecimento ilícito, colocando na cadeia nomes famosos como Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, entre outros. Ponto para a democracia. Mas isso ainda é pouco. Há muito o que se fazer. Os que ainda não foram pegos, tentam se proteger de qualquer maneira. Estão todos sendo investigados, o Brasil inteiro sabe que eles são criminosos, mas a burocracia e os infindáveis recursos e brechas previstos em lei, impedem que determinados nomes sejam punidos. É uma vergonha o que aconteceu este ano no Congresso Nacional. Votação de madrugada contra as medidas do projeto anticorrupção, facilitando a impunidade dos próprios deputados e senadores. Agora, vergonha maior, foi neste final de 2016 quando o próprio STF – Supremo Tribunal Federal, que deveria ser o ponto máximo da justiça no país, se curvou à vontade do Congresso e manteve Renan Calheiros - conhecido no Brasil inteiro por ser envolvido em diversos crimes de corrupção, Caixa 2, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e vários outros atos ilegais – como presidente do senado. É claro que os juízes que fizeram essa votação também estão envolvidos em negociatas. O que esperar de um país em que o Congresso e o Judiciário, em conluio, se defendem e acobertam os crimes que praticam? Por que não ouvir a voz do povo, que saiu às ruas em passeatas com milhares de pessoas no Brasil inteiro, pedindo o afastamento de Renan do Congresso? 2017 chega com uma grande responsabilidade pela frente. É preciso moralizar a Câmara e o Senado urgentemente, para que possamos freiar a corrupção e devolver os milhões roubados em obras para o povo, que tanto precisa de boas iniciativas na saúde, educação, transportes e emprego. Democracia e justiça social já. Uma vida melhor para todos os brasileiros e corruptos na cadeia. Esse é o maior presente que o Ano Novo pode nos trazer. Adeus, 2016!