A política brasileira sempre foi um grande
emaranhado de falcatruas e golpes contra a nossa população. Esse novelo de
barbaridades parece não ter fim. É uma verdadeira novela. A ação se passa em
Brasília, é claro. As locações principais são o Congresso Nacional, o Palácio
do Planalto, o Palácio da Justiça e os Ministérios. Como em toda boa trama, o
embate bem X mal promove a emoção de cada capítulo. Ué, mas você deve estar se
perguntando agora: só tem bandido nessa história? Sei que é
difícil de explicar, mas arrumar um personagem com perfil de mocinho, que possa
convencer o público da sinceridade de suas boas ações, é uma tarefa árdua.
Primeiro tentaram o Joaquim Barbosa, que fez sucesso durante algum tempo, mas hoje
já não tem mais a mesma imagem de antes e foi relegado a um segundo plano. Aí
começou a aparecer com imenso destaque o juiz Sérgio Moro, que tem pinta de
galã, além de uma atuação bem convincente. Em pouco tempo, virou herói
nacional. Instalou a Operação Lava-Jato, até agora a mais bem sucedida
iniciativa para punir os bandidos e que tem garantido os momentos mais
eletrizantes da nossa história. O capítulo em que o arquivilão Eduardo Cunha
foi preso bateu recordes de audiência. Ninguém acreditava muito neste desfecho,
porque o malfeitor, que conseguiu a proeza de ser odiado pelo país inteiro,
superando até mesmo a inesquecível Odete Roitman, sempre arrumava uma maneira
de escapar das punições previstas na lei. Como é comum nas tramas atuais, a
nossa novela também tem ações no passado, onde nomes como José Sarney, Lula,
Jair Bolsonaro e Renan Calheiros, já atuavam com destaque na trilha do mal, e
até hoje ainda continuam agindo nos bastidores. Essa novela tem uma coisa
interessante: o castigo para os bandidos é sempre o mesmo – ir para a cadeia.
Ninguém tem uma morte terrível, sofre um acidente ou fica com uma doença
terminal. Não. O máximo que pode acontecer é ter os seus bens confiscados e
ficar com uma péssima imagem em todo o país. Alguns ainda, ficam impedidos de
se reeleger. O que convenhamos, é muito pouco para o grande mal que fizeram a
todos nós, brasileiros. Mas, como em toda obra de sucesso, há os que são do
contra e falam mal do enredo e dos principais personagens da nossa história.
Dizem que tudo não passa de uma manipulação para fazer o povo ficar contra os
bandidos, principalmente, contra o ex-presidente Lula. Vamos aguardar os
próximos capítulos. E torcer, para que como em toda boa novela, a nossa também
tenha um final feliz.
domingo, 13 de novembro de 2016
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
PATÉTICO SUCESSO
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
EU, ELA E A GELADEIRA
Essa é a história do triângulo amoroso mais inusitado que você
pode imaginar: eu, ela e a geladeira. Tudo começou há alguns anos atrás quando
eu namorava a Márcia. Como o relacionamento não ia muito bem, eu resolvi
terminar, mas a Márcia não se conformou porque era perdidamente apaixonada por
mim. Ela era muito amiga da Tati, praticamente irmãs e moravam próximo uma da
outra. Eram tão amigas que a Márcia deixou uma geladeira que ela tinha na casa
da Tati,
que estava precisando para completar a cozinha.
O que aconteceu é que quando terminei o namoro com a Márcia, a Tati disse que eu poderia continuar aparecendo na casa dela porque éramos amigos. E assim foi, até que 3 meses depois, essa amizade virou namoro. Isso mesmo. Eu comecei a namorar a Tati 3 meses depois de ter terminado com a Márcia.
Só que a Márcia, super ciumenta, quando soube que eu estava namorando a melhor amiga dela ficou enfurecida. Pensou que tivesse sido traída e disse que eu a tinha enganado durante os dois anos em que namoramos. E, pra completar, exigia a geladeira de volta.
- Ou você termina com o Luiz ou devolve a geladeira! Com os dois você não fica! - gritou ela para a Tati.
O pior é que a Tati ficou na dúvida:
- Luiz, eu gosto muito de você. Você é muito legal e funciona direitinho (ela era bem irônica), mas eu não posso ficar sem a geladeira. Eu não tenho dinheiro para comprar outra. Imagina, aonde eu vou guardar a carne, o leite? Agora, sem namorado, eu posso ficar. Tem tanta gente por aí sem ninguém... Ai, meu Deus, o Luiz ou a geladeira?
Eu simplesmente não acreditei no que estava ouvindo. Ser trocado por outro dói, mas você ainda admite. Agora, ser trocado por uma geladeira, é um golpe duríssimo na autoestima de qualquer homem.
Como a Tati ficou indecisa, a Márcia apareceu lá com dois grandalhões e de fato levou a geladeira.
Pra melhorar a minha situação com a Tati, e conservar o meu namoro, eu fiz um crediário e comprei uma geladeira nova.
Me dei mal: o namoro com a Tati durou só mais alguns meses. Terminamos.
E as duas nunca mais se falaram.
O que aconteceu é que quando terminei o namoro com a Márcia, a Tati disse que eu poderia continuar aparecendo na casa dela porque éramos amigos. E assim foi, até que 3 meses depois, essa amizade virou namoro. Isso mesmo. Eu comecei a namorar a Tati 3 meses depois de ter terminado com a Márcia.
Só que a Márcia, super ciumenta, quando soube que eu estava namorando a melhor amiga dela ficou enfurecida. Pensou que tivesse sido traída e disse que eu a tinha enganado durante os dois anos em que namoramos. E, pra completar, exigia a geladeira de volta.
- Ou você termina com o Luiz ou devolve a geladeira! Com os dois você não fica! - gritou ela para a Tati.
O pior é que a Tati ficou na dúvida:
- Luiz, eu gosto muito de você. Você é muito legal e funciona direitinho (ela era bem irônica), mas eu não posso ficar sem a geladeira. Eu não tenho dinheiro para comprar outra. Imagina, aonde eu vou guardar a carne, o leite? Agora, sem namorado, eu posso ficar. Tem tanta gente por aí sem ninguém... Ai, meu Deus, o Luiz ou a geladeira?
Eu simplesmente não acreditei no que estava ouvindo. Ser trocado por outro dói, mas você ainda admite. Agora, ser trocado por uma geladeira, é um golpe duríssimo na autoestima de qualquer homem.
Como a Tati ficou indecisa, a Márcia apareceu lá com dois grandalhões e de fato levou a geladeira.
Pra melhorar a minha situação com a Tati, e conservar o meu namoro, eu fiz um crediário e comprei uma geladeira nova.
Me dei mal: o namoro com a Tati durou só mais alguns meses. Terminamos.
E as duas nunca mais se falaram.
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
ARTISTAS, ESSES INCOMPREENDIDOS
Falar de arte sempre gera polêmica. Todo mundo
concorda que ela é o que nos faz viver, sonhar, refletir e se maravilhar diante
de tanta beleza que pode estar nos versos de uma poesia, numa cena de teatro,
nas cores de uma tela, nas notas de uma canção ou nas formas de uma escultura.
Tudo é belo, tudo encanta, e nós, que somos o público, ficamos fascinados com o
talento e sensibilidade de cada artista. Mas, o que é arte? Pergunta difícil de
responder. Há meses atrás, fui numa exposição na Casa França Brasil e havia
várias instalações, feitas com tijolos, ferro e canos de PVC, que faziam parte
da mostra. Mas, o prédio estava em obras e teve muita gente admirando sacos de
cimento, areia, peneira e barras de ferro como se também fizessem parte da
exposição e fossem uma obra de arte. Achei engraçado aquilo. A gente realmente
já não sabe mais o que é arte e o que não é. Havia uma novela, onde as telas de
sucesso de um pintor, eram na verdade feitas por um macaco, numa grande ironia
ao mercado de artes plásticas. Pra ser sincero, eu nunca entendi o preço
exorbitante de algumas telas. Não entendo de arte, mas entendo de gente. E sei
que uma tela da Sotheby’s dá para alimentar centenas de famílias. Acho um
absurdo um quadro custar milhões e milhões de dólares, por mais lindo e
maravilhoso que seja, enquanto há seres humanos morrendo de fome. Com esse
dinheiro, daria para construir dezenas de escolas e hospitais, enquanto a tela
linda, sublime e perfeita (e em muitos casos, não são tão atraentes assim), não
passa de um objeto decorativo. É a distorção de valores do mundo contemporâneo.
Quantas vezes, você já não foi a uma exposição e saiu com a sensação que aquela
obra de arte você faria facilmente em casa? Voltamos à pergunta: o que é arte?
Uma outra história interessante que aconteceu comigo, mostra que nós, público,
temos uma noção totalmente equivocada das manifestações artísticas. Eu estava
no MAM e havia uma exposição de quadros e esculturas sobre plantas e aves
dentro do prédio. Do lado de fora, a mostra continuava com algumas esculturas
espalhadas sobre o jardim. Foi aí que uma imagem de uma garça me chamou a
atenção. Falei pra minha amiga: esses artistas são uns loucos mesmos. Pra que
fazer uma escultura como essa, com o pescoço tão destorcido, desproporcional,
em vez de retratar a realidade, fazendo a ave como realmente ela é? Foi nesse
exato momento que a garça, que era de verdade, virou pra mim, me fitou e saiu
voando, como se debochasse do meu infeliz comentário. Tive que rir. Acho que no
fundo, no fundo, todo mundo é um artista. Cada um é capaz de criar algo de
belo, que talvez só tenha significado pra você, talvez encante multidões. A
arte pode ser criticada, incompreendida, bela, provocadora, contestadora,
sensível, fascinante, sedutora, decepcionante, não importa. Ela sempre será
essencial para libertar o inconsciente das pessoas e tornar a nossa vida
racional mais cheia de encanto e satisfação. Porque, como já disse o poeta, a
arte da vida é fazer da vida uma arte.
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