PONTOS E PESSOAS

Você já reparou como algumas pessoas se parecem com um ponto de interrogação? São aquelas que não têm opinião formada sobre nada, você não conhece o que pensam ou o que gostam, porque estão sempre em cima do muro. A gente não sabe se pode confiar ou não em alguém assim, porque nunca se mostra por inteiro. Será que ela é de direita ou de esquerda? Será que acredita ou não em Deus? Será que é mesmo um bom amigo? Melhor manter uma certa distância. Já as pessoas que se parecem com um ponto de exclamação, são explosivas! Gritam, compram briga e são do tipo que não levam desaforo pra casa. Nunca passam despercebidas porque gostam mesmo é de chamar a atenção. Tudo nelas é exagerado, nada de meio termo. Se fossem uma cor, certamente seriam o vermelho. A melhor maneira de conviver com alguém assim é ter paciência e não entrar na pilha dela. Se puder ficar calado, melhor. Aos poucos, aquele discurso inflamado vai ficando mais tranquilo e aí a conversa pode rolar mais amigavelmente. Existem as pessoas que se parecem com as reticências... Quando eu encontro com alguém assim, eu sempre fico com a sensação de que o assunto não terminou. Esse tipo de pessoa gosta de deixar a ideia no ar, para que você mesmo tire as suas próprias conclusões... Ou então dá a entender que aquela situação irá continuar se repetindo ininterruptamente... Para se conviver com alguém assim, o melhor a fazer é ser bem objetivo e perguntar: o quê você quer dizer com isso? Esse é o final da história? Já as pessoas que se parecem com as aspas não têm opinião própria. Estão sempre citando o que outra pessoa falou. Parecem que não querem se comprometer e preferem repetir o que fulano disse, não importa qual seja o assunto. E fecha aspas. Nesse caso, o que podemos fazer é considerar a mensagem do outro como aquilo que este tipo de pessoa pensa e acredita. As pessoas que se parecem com uma vírgula adoram emendar um assunto no outro. A história parece não ter fim, e sempre aparecem fatos, situações, personagens e informações novas para alongar a conversa. Não são objetivas. Isso pode ser bom ou pode ser ruim. Se você estiver interessado na história, tudo bem, vai ser ótimo acompanhar tudo o que uma pessoa assim tem a dizer. Mas, se você estiver achando o assunto maçante, o melhor é virar a página. Já as pessoas que se parecem com dois pontos, gostam de tudo bem explicadinho. Adoram dar exemplos para ilustrar uma situação. Gostam também de listar itens para que tudo fique bem entendido e não fique nenhuma dúvida. Eu acho isso ótimo porque confirma e complementa as informações que foram dadas anteriormente. Agora, as pessoas que se parecem com o ponto final gostam de deixar claro que o assunto foi bom, mas chegou o fim da história. Como o término desse texto, por exemplo.