Tia Elisa era uma pessoa que quando chegava, enchia a casa. A
alegria dela parecia não ter tamanho: tinha sempre uma boa história pra contar
de alguém da família ou de alguém dos muitos vizinhos de Monte. Amava
verdadeiramente a família: tanto é que teve o Mário, a Suzana, o Zeca e, além
disso, adotou o Marco Aurélio. Pra falar a verdade, eu também me sinto meio
adotado por ela, tamanho o carinho que tinha comigo. Generosa, sempre que nos
visitava trazia presentes pra família inteira, sem
esquecer de ninguém. E, é claro, fazia questão de lembrar a todo instante que a
casa dela e de tio Nélson estava às ordens pra qualquer visita, em qualquer
ocasião. Loura, vistosa, gostava de roupas bem coloridas e alegres. Falava alto,
tinha uma gargalhada deliciosa, gesticulava muito. Não dava mesmo pra passar
despercebida. Tinha fama de durona porque gostava de disciplina e valorizava
muito o trabalho como a base de uma vida tranquila. Ela mesma trabalhou décadas
como professora e a gente percebia que realmente amava o que fazia. Depois que
se aposentou, tia Elisa nos brindou com quadros belíssimos e revelou seu lado
artístico que muitos não conheciam. Severa e sensível, alegre e agitada, ela
foi uma mulher que soube viver generosamente, dando o melhor de si pela
felicidade do marido, dos filhos, da família e dos tantos amigos que
conquistou. Com certeza, deve estar alegrando o céu agora, para a felicidade
dos anjos e querubins.
terça-feira, 10 de maio de 2011
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