quarta-feira, 14 de junho de 2017

AMOR DE BÊBADO OU BÊBADO DE AMOR?

Que uma bebidinha ajuda a criar um clima romântico, disso ninguém duvida. O problema é que muitos passam da dose e o resultado passa a ser desastroso. Com certeza, você já deve ter ouvido alguma história parecida de um amigo seu. O cara sai com a moça, disposto a impressionar. Manda lavar o carro no dia, compra uma camisa nova, estreia uma cueca, faz a barba, coloca o melhor perfume. Nada pode dar errado nesse encontro, porque faz tempo que ele espera por esse grande dia. Ou melhor, essa grande noite. Só que, quando estão no restaurante, ele resolve pedir mais uma bebida, sabe como é, pra descontrair. Tudo vai às mil maravilhas, conversa animada, carinhos e beijos ligeiros aumentando o tesão, e ele só pensa em como vai ser bom os dois na cama. E desce mais uma bebida. E mais uma. E depois outra. Mais duas porque o papo tá bom demais. Ela bebe menos, mas o efeito é mais rápido: já ri de qualquer besteira que ele fala. Pedem o jantar. E, pra acompanhar, mais uma bebidinha. Agora, ele já se começa a se sentir meio tonto e ela pergunta por que ele está falando tão alto. Ele cai em si e começa a baixar o tom de voz, porque percebe que os outros casais estão olhando para os dois. Um embrulho no estômago o leva a pedir licença e ir no banheiro. Lá, ele vomita na privada. Limpa a blusa, com a água da pia, e lava bem a boca. Chegando na mesa, ela diz que ele demorou e tenta dar um beijão nele, mas ele recusa, porque sabe que deve estar com um bafo intragável. O quê fazer? Pedir uma sobremesa! Comem o brownie com sorvete, e ele faz questão de se lambuzar todo com a calda de chocolate para poder dar aquele beijo na divertida moça. Um café e a conta, por favor. Dá um abraço inesperado no garçom e sai alegre e meio cambaleando para o carro. Ele sabe que não está em condições de dirigir, mas vai assim mesmo, torcendo para que não apareça nenhuma blitz pelo caminho. Corre demais ao dirigir, faz freiadas bruscas e a moça começa a ficar assustada. Na hora de parar o carro na garagem, foi uma dificuldade, mas enfim, conseguiu. Chegaram no apartamento dele. Ele vai direto ao banheiro, usa a privada e escova os dentes. Sabe que precisa tomar um sal de fruta, mas não se lembra aonde deixou. A cabeça dói como nunca. Parece que deram marteladas no crânio dele. A tonteira continua e ela percebe que o cara não está legal. Ele vai pro banheiro mais uma vez e sabe que vai vomitar de novo, mas abre o chuveiro para disfarçar e a moça não ouvir o barulho. Escova os dentes novamente. Toma uma aspirina para acabar com a dor de cabeça. A moça diz que se ele não sair desse banheiro logo, ela vai embora. Ele sai e vão enrolados um no outro para o quarto. O clima é bom, ela é linda e bacana, estaria tudo perfeito se ele estivesse se sentindo bem. Ele finge que está alegre e feliz, mas queria mesmo apagar e se livrar de vez dessa terrível dor de cabeça. Começam a se beijar mais ardentemente, as mãos passam a rolar pelo corpo dela. Ele senta na beira da cama e está tão embriagado que nem consegue tirar os sapatos e as meias. Deita no travesseiro e ainda tenta pegar a pílula da ereção, que fica na gaveta, pois seria a salvação desta noite que tinha tudo pra ser maravilhosa e está sendo um vexame. A pílula não está ali, ele vira para o lado e dorme pesado. No dia seguinte, acorda com um bilhete no espelho: Noite Broxante!!! Me Esqueça!!! Ele fica triste, decepcionado, deprimido. E resolve ir pro bar, beber um pouco, pra esquecer a noite que teve.

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