domingo, 23 de julho de 2017

PARECE MENTIRA

Existem mentiras que são clássicas. Fazem parte da história de todo mundo. A primeira que ouvimos é a da cegonha. Aquela ave de bico grande que traz o bebê numa fralda e, assim, teríamos chegado ao mundo. A cegonha sabe direitinho a quem entregar o bebê e nunca erra o endereço, para deixar o nosso papai e a nossa mamãe felizes da vida. Outra grande mentira na qual todo mundo acreditou foi a do Papai Noel. Quem não sabe que o Bom Velhinho não se esquece de ninguém? Gorduchinho, roupa vermelha, barba branca, gorro e um grande saco cheio de presentes. Ele sempre chega na noite de Natal, todo ano, num trenó cheio de renas. O fascínio do Papai Noel sobre as crianças é tanto, que elas ficam super ansiosas pela chegada dele na noite do dia 24 e fazem muitas cartinhas, com os mais variados pedidos. A maioria pede brinquedo mas, hoje em dia, há quem peça smartphone, tablet, games e toda essa invencionice tecnológica que faz a cabeça de meninos e meninas. Existe ainda outra mentira difícil de acreditar, mas todo mundo caiu: o coelhinho da Páscoa. Ele sempre aparece por volta do mês de abril e traz muitos ovinhos de chocolate. É claro que as crianças tinham que ficar loucas por ele. E se pintam de coelhinhos e coelhinhas nas escolas, se fartam de chocolate e fazem desenhos super engraçados misturando a mamãe, o papai, os coelhinhos e os irresistíveis ovinhos. A coitada da galinha, que bota ovo de verdade, nem é lembrada. Crescendo com tanta mentira à nossa volta, como alguém poderia pedir para que falássemos sempre a verdade? Mentimos a idade, dizemos que gostamos de um presente quando na verdade não gostamos, falamos que alguém está com a aparência ótima quando na verdade achamos essa pessoa horrível, dizemos que vamos para um lugar mas na verdade vamos para outro, inventamos histórias, fingimos que estamos prestando atenção numa conversa, falamos que conhecemos ou, então, não conhecemos determinada pessoa, dizemos que ganhamos mais do que o nosso verdadeiro salário, inventamos desculpas para não aparecer num compromisso. Isso são mentiras pequenas, até certo ponto, perdoáveis. Duro é quando envolvemos o sentimento de alguém. Fazemos o outro sofrer, para que a dor não caia sobre nós. Traições. Entre amantes, amigos, sócios, parentes. Vícios. Que nos levam a acreditar que bebendo demais, fumando demais, jogando demais, fazendo sexo demais, se drogando demais, a nossa vida será melhor, mais cheia de satisfação e alegria. O vício, nada mais é, do que uma grande mentira. Planos mesquinhos para derrubar alguém sempre envolvem alguma mentira. Calúnia, difamação. Tipo da coisa que a política está cheia. Aliás, será que existe algum político que não minta? Acho difícil, pra não dizer, impossível. Já faz parte da vida deles, assim como o ar que respiram. Mentirosos desprezíveis. Enganam a população, fazem falsas promessas e roubam rios de dinheiro. Há ainda outro tipo de mentira que causa muitos danos: é o mentir pra si mesmo. Casar com quem não se ama, abraçar uma profissão que não curte, viver em função dos outros, abrindo mão dos seus próprios sonhos e desejos. Isso acaba com a vida de qualquer um. Frustração, angústia, arrependimento. Por isso, respeite sempre a sua essência, o seu espírito, o quê te faz brilhar. E, no mundo de tanta mentira, se você encontrar um amor verdadeiro, agarre-o. Não o deixe escapar. Só mesmo um sentimento maior, sublime, abençoado, para nos fazer acreditar que é possível ser feliz nesse mundo de enganos. Parece mentira, mas todo mundo mente. Que a luz do Senhor nos traga a Verdade.

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