sábado, 2 de novembro de 2019

ESSA CRISE QUE PARECE NÃO TER FIM...

Estou no meio de uma crise, sei disso... Há exatamente três dias que não consigo pensar em outra coisa. Já tentei de tudo para encontrar uma solução salvadora, mas que nada! O tempo vai passando e eu aqui, cada vez mais e mais ansioso. Não sei mais o que fazer. O meu desespero só aumenta. Sinto a minha respiração acelerada, o coração palpitante e as mãos ligeiramente trêmulas, o que não são sensações nada agradáveis, você pode imaginar. Qualquer barulho me irrita: é o telefone que toca, o cachorro que late, a televisão alta, o carro buzinando lá fora, a obra na casa do vizinho. Tudo parece contribuir para piorar a minha situação angustiante. Preciso de paz! Não sei se tomo um banho ou um copo d’água pra me acalmar. Preferi fazer as duas coisas: primeiro, fui até a cozinha e bebi um copo de água bem gelada. Desceu leve e refrescante. Resolvi tomar mais um. Mas é claro que isso não me fez sair da crise. Quem sabe ao tomar um banho demorado não me ajuda a relaxar? Dentro do box, comecei até a cantarolar algumas canções ouvidas no rádio, pra ver se me distraía um pouco, mas não consegui me lembrar como é a letra por inteiro e isso só aumentou a minha ansiedade, me fazendo pensar que a minha cabeça não anda lá muito boa. Fechei o chuveiro e me enxuguei apressadamente, tão tenso como antes. Há duas noites que não durmo direito. Fico virando de um lado pro outro da cama, agitado, sem conseguir pegar no sono. As horas vão passando e quando dou por mim, já são 3:30 da madrugada. Também não tenho me alimentado direito: parece que perdi a fome. Comer qualquer coisa tem sido um grande sacrifício. Nem as deliciosas sobremesas que minha mãe costuma fazer tem me despertado o apetite. Que crise! Resolvi, então, dar uma caminhada pela praia, para tentar colocar os meus pensamentos em ordem: percebi que preciso urgentemente arrumar um jeito de arrumar dinheiro pra pagar as contas no fim do mês, o que me deixou ainda mais nervoso... Lembrei que era aniversário da Márcia mas, como a situação econômica anda mesmo bem apertada, esse ano também ela vai ficar sem presente... Sei que ando precisando fazer tratamento de dente, mas, quem sabe, posso esperar até o mês que vem? Achei melhor sentar um pouco num banco da praia e tomar uma água de coco. Voltei ainda tenso para casa. As horas custam a passar. Tento prestar atenção no noticiário da TV pra me distrair, mas logo percebo que foi uma ideia infeliz: as notícias de tragédia só me deixaram mais pra baixo. Parece que o mundo inteiro está em crise. E o que é pior: tem gente que está numa situação mais agravante do que a minha. Meu Deus, aonde é que vamos parar? Respiro fundo e digo pra mim mesmo: Luiz Cláudio, você precisa enfrentar essa crise de ideias para fazer a crônica da semana da Altos Textos de frente. Foi aí que eu me sentei em frente ao meu notebook. Comecei a procurar um tema novo, interessante, e... nada! Rabisquei algumas linhas no papel, mas nada me pareceu satisfatório. Aí me veio um estalo: por que não falar sobre como tem sido esses meus últimos dias, vivendo a angústia de ter que encontrar um assunto bacana para a página? Me animei com essa ideia e em menos de meia hora o texto já estava pronto. Foi assim que eu saí dessa crise! Que as minhas musas inspiradoras nunca mais me deixem na mão... Espero que você tenha curtido o texto desta semana. Como você já deve ter percebido, a vida de escritor nem sempre é um mar de rosas. Mas, cá entre nós, a sensação de ter terminado um bom texto, é uma das melhores que existe! Tem muitos momentos de sufoco sim, quando a inspiração não vem, mas não troco o ofício de escrever por nada nesse mundo. É aqui onde me realizo!  

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