sábado, 29 de agosto de 2020

CARIDADE VAI ALÉM DA ESMOLA

    


        Sempre peço a Deus para que eu me torne mais caridoso. Acho que o amor pelo próximo é o sentimento mais elevado que existe. Também acho que todo mundo concorda com isso, mas a verdade é que fazemos muito pouco. Raras são as pessoas que realmente dedicam tempo, atenção e doações a quem precisa.

     Eu me incluo no grupo dos que querem ajudar, mas a verdade é que quase ainda não fiz nada. Posso contribuir muito mais, além das roupas que já doei e os poucos movimentos solidários dos quais participei como a campanha do agasalho ou a distribuição de sopa nas ruas do centro. Sei que posso fazer mais, principalmente porque percebi que a caridade é algo transformador.

     Os sorrisos mais bonitos que recebi foi quando dei um prato de comida. E as palavras de gratidão mais sinceras também vieram dali. Um “Deus te abençoe” dado por um morador de rua é sempre comovente, verdadeiro e profundamente agradecido.

     Todo ato de caridade só me faz bem. Quando ajudo um mendigo, ele também me ajuda. Percebo o tanto tenho a agradecer pela vida que levo e o quanto os meus problemas são pequenos diante de quem não tem casa, roupa e comida.

     Com os moradores de rua aprendi a ser mais forte. Fico pensando como deve ser o lado emocional dessas pessoas, em meio a tanta pobreza e violência. Muitos não sabem se vão almoçar ou não amanhã. Reviram lixo como se ali fosse encontrar ouro. E fedem bastante porque não têm o mínimo de higiene.

     Sem professores, sem médicos, sem dentistas, sem terapeutas. Sem lazer: a maioria nunca foi ao cinema, ao teatro ou fez uma viagem bacana. E dentro de cada um existem sonhos de ter um lar, uma profissão decente e um futuro melhor, mais generoso.

     Tudo isso acontece bem pertinho da gente. É um outro mundo, só que mais miserável e cruel. Gente que não vive, apenas sobrevive, sem paz e sem esperança.

     Sim, eu e você podemos fazer mais. Que Deus nos ilumine e nos dê grandeza de coração para que a gente contribua sempre com os moradores de rua. Certamente, Jesus estaria junto deles. Tenhamos misericórdia, Senhor, dos que mais sofrem com a fome, com o frio e, principalmente, com o descaso. Eles precisam não só de comida e agasalho, mas também de atenção, afeto e alegria. Mais do que nunca, precisamos aprender a dividir o pão e semear amor. Cada abraço dado num morador de rua vale muito mais do que você imagina: a caridade vai além da esmola. 

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